sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A partida (Departures/Okuribito)


Como disse na apresentação do blog, o que normalmente leva as pessoas a assistirem filmes não-americanos é o Oscar. Quando é indicado para o Oscar você já começa a olhar diferente. Sinceramente, hoje o tio Oscar se perdeu completamente e está um bom velho gagá, mas ainda chama a atenção. O filme que vou falar hoje ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano. Mas esse não foi o principal motivo que me levou a assisti-lo. Vi por indicação de Karina Almeida quando postei sobre cinema japonês no divaaagando. E se vocês forem aos comentários, ela disse que era uma história bonita, triste e engraçada ao mesmo tempo. Não entendi muito bem, mas depois de ver o trailer logo pensei: "Legal, comédia romântica japonesa!”. Isso foi o meu erro, ignorar a palavra "triste" que ela disse. Falhei no meu julgamento, mas acabei não perdendo o meu tempo!

O filme não é uma comédia romântica japonesa. É um drama musical japonês. Mas vá com calma, quando eu falei musical, não espere gente cantando, dançando e pulando. O musical ai, é porque o personagem principal toca violoncelo e suas musicas acabam entrando como pano de fundo na história.

Enfim, vamos à história do filme:
- Um japinha que participa da orquestra de Tókio recebe a noticia que ela acabou. Meio sem rumo ele decide voltar para o interior e tocar a sua vida lá em sua cidade natal, junto com sua esposa. Chegando lá acaba sendo chamado para trabalhar numa funerária.


Parte do ritual fúnebre


Para entender o filme é preciso se ter um conceito bem definido: culturalmente por lá tocar em mortos é algo desonroso. Acredito que no passado esse serviço era entregue para pessoas(ou famílias) que fossem camponeses e tivessem alguma coisa errada em sua história. E até os dias de hoje, principalmente no interior do Japão, essa tarefa é ainda muito mal vista. Acho isso um pouco hipócrita, pois eles discriminam, mas quando precisam vão lá e chamam esse pessoal.

Uma coisa que tenho que destacar, é da atuação dos japinhas no filme. Ali estão as melhores atuações que eu já vi no cinema japonês. Tá certo que vi poucos filmes, mas foi nesse que eu realmente vi bons atores. E isso me impressionou, pois por padrão vejo esses seres pervertidos com pouca expressão e muito semelhantes entre si. Vê-los atuando bem e vendo cada personagem se destacar muito bem na trama, me fez ter vontade de ver mais coisas de lá (E também fundar o blog).


Uma bela trilha sonora.

A história te cativa, os personagens são bem construídos, o ritual de passagem é muito bonito, a musica e os momentos de silencio são muito bem distribuídos e os cenários são simples e belos. Apesar de ser um drama, gênero que particularmente não sou muito fã, gostei muito do filme.

Dou 9 calcinhas pervertidas!



Depois do break, confira um comentário sobre uma cena bizarra do filme. Fiz isso separado para quem não gosta de spoiler ficar livre deles aqui.

Cena bizarra do filme: Só no Japão vemos um comercial de funerária(!) passar na TV "aberta"(não sei se realmente era TV aberta), com um cara fingindo-se(muito mal) de morto e recebendo um supositório! Era um momento para ser dramático, mas não consegui conter a risada e perder um pouco da atenção dramática que a cena merecia.

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